quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

Ode a Uma Nereida

(Canção de um jovem guerreiro apaixonado)

Wellington Antonio de Assunção

Em uma noite encontrava-me à luz das estrelas a observar
Tua indescritível beleza sem par,
Encontrei em teu olhar e sorriso aquilo que os poetas
                                   [buscavam em suas musas inspiradoras.

Encontrei em teu olhar aquele brilho derramado no Sol, na Lua e nas estrelas.
Encontrei a vida em forma de lágrimas, derramada em teu rosto,
Encontrei a candura da verdade e da sinceridade.
Encontrei o lago dos prazeres, onde se é mais arriscado não atirar-se
[do que entregar-se às vontades do prazer de seu olhar!

Em teu doce sorriso, encontrei a razão de todos os sorrisos,
Encontrei a ponte que liga todos os abismos,
Encontrei aquilo que dá a luz à felicidade,
Encontrei dentre todas, a única absoluta verdade!

Quando eu em devaneio estava, teu semblante em minha mente penetrou,
E neste momento pude contemplar aquilo que Deus, ao criá-la,
                                   [fez para que fosse contemplado, apreciado, desejado.
Contemplei teus cabelos, que a fina seda, a acariciar tua face.
Ah, a tua face, a tua face... É ela o molde para a perfeição.
Oh, teus lábios são tais quais dois rios a se encontrar,
[foram eles, projetados, desenhados, modelados, são eles divinos.

Se acordado encontro-me, não pedes licença ao adentrar em minha mente,
Se entregue ao mundo dos sonhos, até ali me acompanhas, e torna-se minha guia.
Será minha ventura tê-la sem possuí-la? Acariciar teu rosto sem que sintas?
Oh, se assim for, que infeliz que sou, e quão dramático é meu destino!

Como poderei eu viver, se minha imaginação, atada a teus cabelos está,
Tal qual Andrômeda em suas correntes?
Sem, porém, realmente tocá-los.
Qual o destino daquele que, tal qual sedento que deseja pela água que lhe é negada,
[procura provar o teu olhar, sem jamais o encontrar?
Como ser feliz, se não puder provar o néctar de teus lábios?
Que glória há ao não sucumbir aos teus beijos?
Que deveras são tão mais doces que a ambrosia, e tão mais divino que o Céu?

Oh, mais formosa dentre as formosas,
Quem negaria a minha assertiva?
São tuas formas como que moldada pelo ourives mais perfeito.
Teu corpo é tal qual jarro de fino ouro adornado pelas mais preciosas pedras.
Que pesadelo é pra mim saber que não posso toca-la, tê-la em meus braços,
Sentir tua fragrância, sentir o macio de tua pele, doçura de teu toque!

Que infeliz homem que sou! A tenho guardada aqui em meu coração,
[sem jamais poder possuí-la.
Como pode um mortal possuir aquilo que é divino?
E como pode o corruptível almejar o incorruptível?
Como ter certeza de algo, se nem de minha existência tem ela conhecimento?
Quanto mais de meus sentimentos,
[como poderia eu almejar que lhe passassem à mente?

Oh, que sina. Ao passo que me consome, tal sentimento alimenta meu existir.
Seria eu único a experimentar tal sina por ti, ó doce ninfa?
Oh, de maneira algum, sou apenas mais um dentre os muitos,
[que por amá-la, conheceram a loucura!

Oh, doce donzela que habita os lugares recônditos de meu coração,
Eterno é meu amor por ti, e pra sempre vassalo teu serei.
Escrevo na rocha, para que ainda que meu corpo seja consumido pelo que sinto,
[seja eterno este momento!
Oxalá um dia, minha epopéia seja a ti revelada.
E em teu coração, vejas com ternura e graça aquilo que provocas em mim.

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